Com a chegada do período com clima mais seco na Amazônia,
especialistas alertam para o crescimento no índice de chuvas ácidas na região.
Em entrevista ao portalamazonia.com, a chefe do Instituto Nacional de
Meteorologia no Amazonas, Lúcia Gularte, alerta para os perigos que estas
chuvas podem trazer para a saúde humana, além de apontar as principais causas deste
fenômeno natural.
A meteorologista explicou que as chuvas ácidas tendem a se
intensificar na Amazônia, principalmente no segundo semestre do ano, por conta
da diminuição no número de chuvas. “Esse fator, associado às altas temperaturas
alcançadas neste período, causam a baixa umidade relativa do ar, que por
consequência, gera também incêndios florestais naturais, um dos principais
causadores de chuvas ácidas”, disse.
Outro ponto destacado por Lúcia Gularte como causador deste
fenômeno são as grandes concentrações e movimentações de veículos automotivos
em centros urbanos. Para a meteorologista, todas as capitais da Amazônia estão
sujeitas a ocorrência de chuvas ácidas. “Com essa grande concentração de
carros, há uma maior ‘residência’ de partículas de gases do ar, como enxofre,
dióxidos e monóxidos em geral. Esses gases, em contato com o vapor de água na
atmosfera, geram o que chamamos de fotólise, processo que dá origem a chuva
ácida”, destacou a especialista.
Ainda nos grandes centros urbanos, outro fator que contribui para a
formação de chuvas ácidas é a queima de óleo diesel ou carvão vegetal,
principalmente em grande escala, como ainda é feito nas usinas termelétricas.
A especialista alerta para os impactos diversos de chuvas ácidas
sobre a floresta amazônica como um todo, devido aos baixos níveis de PH (índice
que indica a acidez, neutralidade, ou alcalinidade de um meio qualquer), sobre
a água doce e o solo. “Como consequência, há casos de mortandade de peixes,
insetos, anfíbios e plânctons devido a falta de oxigênio na água. As chuvas
causam também efeitos negativos sobre a saúde humana, além de corrosão em
equipamentos expostos ao ar, como estruturas metálicas, edifícios e carros”,
finalizou a meteorologista.
Como identificar uma chuva ácida?
A meteorologista apontou que as chuvas ácidas ocorrem na região
amazônica principalmente no período da tarde. Mais especificamente em torno das
15h. As chuvas ácidas acontecem nesse horário devido as temperaturas girarem
entre os níveis mais altos do dia.
Os meses “secos” na Amazônia apresentam índices pluviométricos que
variam entre 40 e 150 milímetros (mm) de chuva, dependendo da localidade. Em
Manaus, Lúcia destacou que no mês de agosto a média de chuvas gira em torno
apenas de 47,3 mm. Além disso, também há uma diminuição no número de dias com
chuvas, o que aumenta a quantidade de gases que se concentram na atmosfera.
Em anos de fenômeno El Nino, a meteorologista ressaltou que já
ocorreram secas na Amazônia que deixaram áreas de Manaus com mais de 70 dias
sem chuva. “Isso causou índices de umidade relativa abaixo de 30%, o que
facilita a ocorrência de chuvas mais ácidas”, concluiu.
Fonte: Site do Portal dos Purus, Queimadas na Amazônia aumentam frequência de chuvas ácidas na região. Disponível em <http://www.portaldopurus.com.br>. Acessado em 13 de março de 2014.
Comentários
A diminuição das chuvas na Amazônia, principalmente no segundo semestre do ano, traz uma redução da umidade na região, tornando o clima seco e propício a iniciar incêndios florestais naturais, os quais são uma das principais causas da chuva ácida. As consequências são grandes impactos negativos à fauna e à flora, além de afetar a saúde humana e de estruturas expostas à chuva.
A diminuição das chuvas na Amazônia, principalmente no segundo semestre do ano, traz uma redução da umidade na região, tornando o clima seco e propício a iniciar incêndios florestais naturais, os quais são uma das principais causas da chuva ácida. As consequências são grandes impactos negativos à fauna e à flora, além de afetar a saúde humana e de estruturas expostas à chuva.
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