quinta-feira, 13 de março de 2014

Queimadas na Amazônia aumentam frequência de chuvas ácidas na região

Com a chegada do período com clima mais seco na Amazônia, especialistas alertam para o crescimento no índice de chuvas ácidas na região. Em entrevista ao portalamazonia.com, a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia no Amazonas, Lúcia Gularte, alerta para os perigos que estas chuvas podem trazer para a saúde humana, além de apontar as principais causas deste fenômeno natural.

A meteorologista explicou que as chuvas ácidas tendem a se intensificar na Amazônia, principalmente no segundo semestre do ano, por conta da diminuição no número de chuvas. “Esse fator, associado às altas temperaturas alcançadas neste período, causam a baixa umidade relativa do ar, que por consequência, gera também incêndios florestais naturais, um dos principais causadores de chuvas ácidas”, disse.

Outro ponto destacado por Lúcia Gularte como causador deste fenômeno são as grandes concentrações e movimentações de veículos automotivos em centros urbanos. Para a meteorologista, todas as capitais da Amazônia estão sujeitas a ocorrência de chuvas ácidas. “Com essa grande concentração de carros, há uma maior ‘residência’ de partículas de gases do ar, como enxofre, dióxidos e monóxidos em geral. Esses gases, em contato com o vapor de água na atmosfera, geram o que chamamos de fotólise, processo que dá origem a chuva ácida”, destacou a especialista.

Ainda nos grandes centros urbanos, outro fator que contribui para a formação de chuvas ácidas é a queima de óleo diesel ou carvão vegetal, principalmente em grande escala, como ainda é feito nas usinas termelétricas.

A especialista alerta para os impactos diversos de chuvas ácidas sobre a floresta amazônica como um todo, devido aos baixos níveis de PH (índice que indica a acidez, neutralidade, ou alcalinidade de um meio qualquer), sobre a água doce e o solo. “Como consequência, há casos de mortandade de peixes, insetos, anfíbios e plânctons devido a falta de oxigênio na água. As chuvas causam também efeitos negativos sobre a saúde humana, além de corrosão em equipamentos expostos ao ar, como estruturas metálicas, edifícios e carros”, finalizou a meteorologista.

Como identificar uma chuva ácida?

A meteorologista apontou que as chuvas ácidas ocorrem na região amazônica principalmente no período da tarde. Mais especificamente em torno das 15h. As chuvas ácidas acontecem nesse horário devido as temperaturas girarem entre os níveis mais altos do dia.

Os meses “secos” na Amazônia apresentam índices pluviométricos que variam entre 40 e 150 milímetros (mm) de chuva, dependendo da localidade. Em Manaus, Lúcia destacou que no mês de agosto a média de chuvas gira em torno apenas de 47,3 mm. Além disso, também há uma diminuição no número de dias com chuvas, o que aumenta a quantidade de gases que se concentram na atmosfera.


Em anos de fenômeno El Nino, a meteorologista ressaltou que já ocorreram secas na Amazônia que deixaram áreas de Manaus com mais de 70 dias sem chuva. “Isso causou índices de umidade relativa abaixo de 30%, o que facilita a ocorrência de chuvas mais ácidas”, concluiu.


Fonte: Site do Portal dos Purus, Queimadas na Amazônia aumentam frequência de chuvas ácidas na região. Disponível em <http://www.portaldopurus.com.br>. Acessado em 13 de março de 2014.


Comentários
A diminuição das chuvas na Amazônia, principalmente no segundo semestre do ano, traz uma redução da umidade na região, tornando o clima seco e propício a iniciar incêndios florestais naturais, os quais são uma das principais causas da chuva ácida. As consequências são grandes impactos negativos à fauna e à flora, além de afetar a saúde humana e de estruturas expostas à chuva.

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