sábado, 3 de maio de 2014

A música durante a ditadura militar no Brasil

Paguzistas: Carollina Arbex (03), Fernanda Magina (04), João Vitor Couto (12), Julia Freire (13), Luciana Muheison (17) e Victoria Valdívia (29).
                
              Após o Golpe Militar, iniciou-se o período da Ditadura Militar o qual durou duas décadas. Foi uma época caracterizada por violência, censura, exílio, anticomunismo, repressão e corrupção. Muitas pessoas morreram e outras desapareceram, deixando suas famílias sem notícia alguma.
                Na luta contra a repressão militar, os músicos brasileiros tiveram papel marcante. Poetas, atores, escritores e artistas plásticos também foram importantes durante esse período. A música foi a forma mais contundente de protesto contra a Ditadura, pois criticava o regime e informavam a população de uma maneira não muito explícita. Em razão de violarem a censura estabelecida na época, diversos músicos foram exilados.
                Um dos principais músicos foi Chico Buarque, o qual compôs diversas canções. Em parceria com Milton Nascimento escreveu a música “Cálice”, a qual faz referência ao Santo Cálice de Cristo (“Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue”) e estabelece uma metáfora com o verbo “calar”. Aldir Blanc e João Bosco compuseram “O bêbado e o equilibrista”, cantada por Elis Regina, que fala sobre os exilados. A música diz que a sociedade, mesmo reprimida, consegue ter bom humor e esperança. Também retrata as mães que choram (“Choram Marias e Clarisses”) pela falta de seus filhos, os “Carlitos”. Outro músico que merece ser citado é Geraldo Vandré, o qual compôs “Pra não dizer que não falei das flores”, mais conhecida como “Caminhando”. Tal música faz fortes provocações ao exército, fala sobre a injustiça (“Pelos campos há fome em grandes plantações”), da presença dos militares (“Há soldados armados, amados ou não”) e incentiva a sociedade a participar da luta contra a Ditadura (“Vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”). Vandré foi um dos primeiros músicos a ser censurado e perseguido pelo governo militar. Essa música tornou-se um hino dos que lutavam contra a repressão e é considerada a mais emblemática desse período.
                Apesar de você (Chico Buarque), Bloco na rua (Sérgio Sampaio), Como nossos pais (composição de Belchior e voz de Elis Regina), Alegria, alegria (Caetano Veloso), Primavera nos dentes (João Ricardo e João Apolinário), Acorda amor (Chico Buarque), Que as crianças cantem livres (Taiguara), Roda viva (Chico Buarque) e Vence na vida quem diz sim (Chico Buarque) são outras músicas criadas durante a Ditadura que fazem oposição ao regime da época.
                Os artistas populares brasileiros detalharam o que foi a Ditadura em suas obras de maneira que possamos compreender como foi esse período apenas escutando-as. Famosas até hoje, essas canções não nos deixam esquecer toda a violência e horror que nosso país sofreu durante 20 anos.
                Para os que quiserem aprofundar-se mais no assunto, existe um interessante documentário, produzido por Geneton Morais Neto, chamado “Canções do exílio – a labareda que lambeu tudo”.





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