Paguzistas: Carollina Arbex (03), Fernanda Magina (04), João
Vitor Couto (12), Julia Freire (13), Luciana Muheison (17) e Victoria Valdívia (29).
Após
o Golpe Militar, iniciou-se o período da Ditadura Militar o qual durou duas
décadas. Foi uma época caracterizada por violência, censura, exílio,
anticomunismo, repressão e corrupção. Muitas pessoas morreram e outras
desapareceram, deixando suas famílias sem notícia alguma.
Na
luta contra a repressão militar, os músicos brasileiros tiveram papel marcante.
Poetas, atores, escritores e artistas plásticos também foram importantes
durante esse período. A música foi a forma mais contundente de protesto contra
a Ditadura, pois criticava o regime e informavam a população de uma maneira não
muito explícita. Em razão de violarem a censura estabelecida na época, diversos
músicos foram exilados.
Um
dos principais músicos foi Chico Buarque, o qual compôs diversas canções. Em
parceria com Milton Nascimento escreveu a música “Cálice”, a qual faz
referência ao Santo Cálice de Cristo (“Pai, afasta de mim esse cálice de vinho
tinto de sangue”) e estabelece uma metáfora com o verbo “calar”. Aldir Blanc e
João Bosco compuseram “O bêbado e o equilibrista”, cantada por Elis Regina, que
fala sobre os exilados. A música diz que a sociedade, mesmo reprimida, consegue
ter bom humor e esperança. Também retrata as mães que choram (“Choram Marias e
Clarisses”) pela falta de seus filhos, os “Carlitos”. Outro músico que merece
ser citado é Geraldo Vandré, o qual compôs “Pra não dizer que não falei das
flores”, mais conhecida como “Caminhando”. Tal música faz fortes provocações ao
exército, fala sobre a injustiça (“Pelos campos há fome em grandes plantações”),
da presença dos militares (“Há soldados armados, amados ou não”) e incentiva a
sociedade a participar da luta contra a Ditadura (“Vem, vamos embora que
esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”). Vandré foi
um dos primeiros músicos a ser censurado e perseguido pelo governo militar. Essa
música tornou-se um hino dos que lutavam contra a repressão e é considerada a
mais emblemática desse período.
Apesar
de você (Chico Buarque), Bloco na rua (Sérgio Sampaio), Como nossos pais (composição
de Belchior e voz de Elis Regina), Alegria, alegria (Caetano Veloso), Primavera
nos dentes (João Ricardo e João Apolinário), Acorda amor (Chico Buarque), Que
as crianças cantem livres (Taiguara), Roda viva (Chico Buarque) e Vence na vida
quem diz sim (Chico Buarque) são outras músicas criadas durante a Ditadura que
fazem oposição ao regime da época.
Os
artistas populares brasileiros detalharam o que foi a Ditadura em suas obras de
maneira que possamos compreender como foi esse período apenas escutando-as.
Famosas até hoje, essas canções não nos deixam esquecer toda a violência e
horror que nosso país sofreu durante 20 anos.
Para
os que quiserem aprofundar-se mais no assunto, existe um interessante
documentário, produzido por Geneton Morais Neto, chamado “Canções do exílio – a
labareda que lambeu tudo”.
Fontes: http://literatortura.com/
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